Rio Grande do Norte e Portugal são destinos distantes entre si, mas que guardam uma similaridade: no último bimestre, os dois sediaram concursos que premiaram — em primeiro e em terceiro lugar — aluna e ex-aluno da Escola de Música da UFBA (EMUS).
Uiler Moreira de Souza, violinista graduado na EMUS em 2019, é quem foi buscar o prêmio mais longe: conquistou o 1º Prêmio na categoria Melhor Corda Sênior do I Concurso para Sopros e Cordas InMusic, evento português que mistura concursos, palestras e workshops. Uiler, que apresentou a Sonata nº 4 - Allemande, do compositor Eugène Ysaÿe, define sua participação com a mesma palavra que define a peça escolhida: intensidade. “Foi meu primeiro concurso internacional, e me deu uma sensação muito parecida com o meu primeiro concurso de todos, no Brasil: a certeza do que eu estou fazendo", afirma. Ele aponta, ainda, a importância de concursos como esse em um momento como a pandemia: “sentimos falta dessa dinâmica de preparação para concertos, recitais e audições, então concursos oferecem esse objetivo”. Ex-membro da Neojibá (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia), Uiler fez parte, na EMUS, da turma do Prof. Dr. Alexandre Casado. Hoje, continua seus estudos no Conservatório Real de Bruxelas, na Bélgica.
Dâmaris dos Santos (esq.) e Uiler Moreira (dir.) relatam efeitos positivos dos Concursos no período de distanciamento social. Imagens: Arquivo Pessoal
Também egressa da turma do Prof. Alexandre Casado, Dâmaris dos Santos é outra violinista cujos talentos foram reconhecidos recentemente, desta vez no Rio Grande do Norte. Dâmaris foi a terceira colocada na etapa nacional da edição 2021 do Concurso Jovens Solistas Aldo Parisot, realizado pela Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte. Graduada pela Escola de Música da UFBA em 2018, Dâmaris segue na instituição como aluna do mestrado do Programa de Pós-Graduação Profissional, além de atuar como violonista tutti na Orquestra Sinfônica da Bahia. “Foi de extrema importância participar deste concurso”, afirma. “Durante esses meses de quarentena, vi muitos artistas desanimarem, sem perspectivas. Concursos como esse fazem com que a gente tenha uma injeção de ânimo. A arte e a cultura precisam ser valorizadas.”
Para o diretor da EMUS, professor José Maurício Brandão, é um orgulho ver musicistas que passaram ou passam pela EMUS prosperando em ambientes que vão além dos muros da escola: “A cada nova conquista dos nossos alunos, ratificamos nossa inserção na sociedade através dos processos formativos dirigidos pelos nossos professores. Mostramos a importância de uma educação sólida, construída em um ambiente plural e proativo, marcas fundamentais da Universidade Pública.”
Bravi! — Os parabéns deste bimestre não se direcionam apenas a Dâmaris e a Uiler. Em Campinas (SP), no V Concurso Nacional de Piano Pró-Música, duas garotinhas chamaram a atenção dos jurados na Categoria Um (até 12 anos): Alice Casado, filha dos servidores da EMUS Larissa e Alexandre Casado; e Valentina Cunha, neta do servidor aposentado Clóvis Rodrigues. Alice e Valentina, que estudam de forma particular com o professor Miguel Scebba, trouxeram para casa o terceiro lugar e a menção honrosa, respectivamente. Valentina ganhou, ainda, no mês de julho, o prêmio de Jovem Intérprete de Beethoven no Concurso Internacional de Piano Crescendo de Portugal, no Primeiro Escalão (até 10 anos). Alice, por sua vez, obteve menção honrosa no Concurso Latino-americano de Piano Vivace-Finale, do méxico, em dezembro do ano passado.
A Uiler e a Dâmaris, ao professor Miguel Scebba, aos familiares vinculados à EMUS e às duas jovens pianistas, dizemos: Bravi!
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Egressos